A Lei envolve tudo
quanto, na escritura, é revelação da vontade de Deus na forma de mandado
ou proibição, enquanto que o Evangelho compreende tudo, seja no Velho
Testamento seja no Novo, que se relaciona com a obra de reconciliação e
que proclama o anelante amor redentor de Deus em Cristo Jesus. E cada
parte destas tem sua função própria na economia da graça. A Lei procura
despertar no coração do homem contrição pelo pecado, ao passo que o
Evangelho visa ao despertamento da fé salvadora em Jesus Cristo. Num
sentido, a obra da Lei é preparatória para a do Evangelho. Ela
intensifica a consciência de pecado e, assim, faz ciente ao pecador da
necessidade de redenção. Ambos são subservientes ao mesmo fim, e ambos
são peças indispensáveis do meio da graça. Esta verdade nem sempre tem
sido reconhecida suficientemente.
O apóstolo Paulo expõe
que a Lei serviu de preceptor para conduzir os homens a Cristo, Gl 3.24.
A Epístola aos Hebreus descreve a Lei, não como estando em relação
antitética com o Evangelho, mas, antes, como sendo o Evangelho em seu
estado preliminar e imperfeito
.
Há Evangelho na promessa à mãe da humanidade, na lei cerimonial e em
muitos dos profetas, Is 53 e 54; 55.1-3, 6, 7; Jr 31.33, 34; Ez
36.25-28. De fato há Evangelho percorrendo todo o Velho Testamento,
culminando nas profecias messiânicas. É igualmente contrário à Escritura
dizer que não há lei no novo Testamento, ou que a Lei não tem aplicação
na dispensação do novo Testamento. Jesus ensinou a validade permanente
da lei, Mt 5.17-19. Paulo afirma que Deus providenciou para que as
exigências sejam cumpridas em nossas vidas, Rm 8.4, e declara os seus
leitores responsáveis pela guarda da lei, Rm 13.9. Tiago assegura aos
seus leitores que aquele que transgride um só mandamento da lei (e
menciona alguns destes), é transgressor da Lei, Tg 2.8-11. E João define
o pecado como “transgressão da lei” e declara que este “é o amor de
Deus,, que guardemos os seus mandamentos”, 1 Jo 3.4; 5.3.
Quando Deus
oferece o Evangelho ao homem, a Lei exige que este o aceite. Alguns
falam disso como a Lei no Evangelho, mas isto dificilmente está correto.
O Evangelho mesmo consiste de promessas, e não é nenhuma lei; todavia,
há uma exigência da Lei em conexão com o Evangelho. A Lei não somente
exige que aceitemos o Evangelho e creiamos em Jesus Cristo, mas também
que levemos uma vida de gratidão, em harmonia com as suas exigências.
A Finalidade da lei – A lei em si é boa, IITm 1.8ª como escreve Paulo aos Romanos, “E
assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.” Mas, precisa
ser aplicada de modo legítimo, em harmonia com o evangelho maravilhoso
confiado a Paulo. Tem como propósito de condenar o pecador e trazê-lo ao
salvador Jesus Cristo, sendo assim ser justificado pela fé. A
lei existe exatamente para revelar ao pecador seu pecado e sua pena
longe de Cristo. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa
legitimamente; Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas
para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os
profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os
homicidas, Para
os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os
mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina,
Conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi
confiado.
A Finalidade do Evangelho –
É o Evangelho da glória do Deus bendito. É a boa nova que anuncia a
excelência de Deus na manifestação de seu gracioso amor pelos pecadores
pela salvação, como lemos em Jo 3.16. O que a lei jamais poderia fazer, o
Evangelho da graça de nosso Senhor Jesus Cristo o faz. Porque a lei foi
dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Não pelas
obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia,
nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso
Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos
herdeiros segundo a esperança da vida eterna.
Deus vos abençôe!